Boa tarde, pessoal!
Neste post resolvi trazer uma boa
parte da minha experiência como aluno para ajudar você a entender melhor as matérias
da faculdade, da escola ou de qualquer ambiente em que você esteja absorvendo
algum conhecimento.
Nem sempre absorver conhecimento é
algo fácil. Muitas vezes parece que não estamos entendendo nada, ou damos a
famosa “travada”. Por isso, eu trago aqui algumas dicas que com certeza irão
lhe ajudar a deslanchar nos estudos.
1 – Atenção
Nos momentos de aula ou explicação, é
sempre muito importante que você dedique 100% da sua atenção ao que o professor
ou palestrante está explicando. E isso é sempre muito difícil, pois
frequentemente temos que encarar entidades como:
a. Uma temperatura desagradável em
sala de aula;
b. Um ventilador que faz muito
barulho;
c. Um colega engraçadinho que fica
fazendo piadinhas;
d. Uma amiga fofoqueira que quer
colocar os assuntos em dia em plena aula;
e. O “ZapZap” apitando mais do que
juiz argentino em jogo do Brasil (perdón, hermanos!);
f. Ou até mesmo aquele coitado que
pegou um hot dog estragado na cantina e soltou aquele “punzinho” inocente que
acabou se tornando uma catástrofe
OBS: Já presenciei todas estas cenas
como aluno e como professor!!!
É um exercício de paciência e
treinamento. Porém, conforme você desenvolve esta habilidade, você aumenta em
muito a absorção das informações que o professor apresentou, mesmo aquelas que
você não havia entendido. Nosso cérebro fica processando as informações
armazenadas subconscientemente até que você atinja a compreensão. Por isso,
quanto mais você guardar, melhor.
Além de tudo, há estudos (cuja fonte
desconheço, sorry!) que dizem que uma hora de atenção em aula equivale a quatro
horas de estudo em casa. Apesar de não me lembrar da fonte, para mim isso faz
total sentido. Então, se você dispõe de pouco tempo para estudar fora de aula,
fica a dica!
2 - Descontração e descansos
estratégicos
Por mais que você seja o maior CDF
(expressão antiquíssima designando aquele que estuda por horas, ou simplesmente
“ânus (substituir por termo chulo monossilábico) de ferro”) ou “Nerd” da sua
turma, ainda assim a sua capacidade de dedicar total atenção a um assunto
limita-se entre 20 e 50 minutos. Seja para assistir uma aula, ler um texto,
estudar em casa ou conversar com alguém.
Por isso, é muito importante que, sempre
que você sentir que a sua capacidade de atenção está comprometida, ou seja, que
você está começando a se perder, chegou a hora da pausa estratégica. Durante a
aula, o professor percebe isso na turma, por isso de tempos em tempos alguns
professores fazem atividades, dinâmicas, pausas ou até mesmo contam histórias
engraçadas.
Uma paradinha para tomar uma água ou
fazer um xixi é sempre válida, em aula ou quando estudando em casa. A minha
regra pessoal é que os períodos de concentração não podem durar mais do que uma
hora, e as pausas não podem durar mais do que 10 minutos (exceto para almoço ou
café da tarde, em que eu paro por uma hora ou 30 minutos, respectivamente).
Você pode adequar esta regra às suas necessidades, mas lembre-se de que as
pausas devem ser curtas, para que você não se afaste demais do foco. Fazendo
isso você criará o próprio ritmo de estudo e proporcionará ao seu cérebro
diversos momentos (de 20 a 50 minutos) de concentração máxima.
Um detalhe importante é o de que
conforme você vai se cansando, os períodos de concentração vão se encurtando
naturalmente. Quer um exemplo simples? Programe-se para assistir um filme em um
canal de TV qualquer, pode ser a cabo ou aberto. Normalmente o filme é dividido
em 5 partes. Quando você for assistir, pegue um caderno e anote os horários de
início e fim de cada parte. Você verá que a primeira parte é sempre a maior,
com aproximadamente 30 minutos. Depois disso as partes vão se encurtando para
15 ou 20 minutos e apenas a última parte aumenta, mas nem sempre. Você imagina
o motivo?
3 – Dedicação, repetição e disciplina
Felizmente ou infelizmente, nosso
cérebro possui um processo de aprendizado estatístico. Isso significa que somos
capazes de aprender determinadas coisas ao receber inúmeros estímulos que
possuam similaridade entre si. Nosso cérebro compara estes estímulos e aprende conforme
percebe as semelhanças.
Este processo pode parecer falho,
mas nos dá a incrível habilidade de aprender qualquer coisa (como uma língua,
por exemplo) sem que tenhamos nenhum conhecimento anterior. Contudo, como tudo
na estatística, o N (número de amostras) deve ser grande o suficiente. Ou seja:
você terá que repetir a mesma informação para o seu cérebro uma grande
quantidade de vezes.
Este processo muitas vezes requer
paciência, dedicação e disciplina. Dependendo de como se leva as atividades, o
processo pode parecer moroso (chato, entediante), mas é neste ponto (se você me
acompanhou até aqui) que vem a dica mais importante: varie suas fontes!
O seu professor pode ser muito legal
e até muito bom. Mas só a aula dele não vai lhe trazer estímulos suficientes
para entender qualquer assunto que seja. Por isso, é muito importante que você
procure absorver o mesmo conhecimento de outras formas. Exemplos:
a. Procure aulas de outras pessoas na
internet (YouTube e afins);
b. Leia livros ou relatórios sobre o
assunto;
c. Pesquise;
d. Faça exercícios;
e. Tente aplicar os conceitos da
aula na sua vida;
f. Tente dar uma aula sobre o mesmo
assunto para seus amigos.
Tirando o item “a” desta lista, ao
qual eu não tinha acesso enquanto estudante, todos os outros itens eu fiz.
Trago aqui alguns exemplos:
b. Ler livros ou relatórios sobre os
assuntos: meu pai tinha várias enciclopédias em casa. Eu simplesmente procurava
o que a professora havia ensinado nas enciclopédias para ver se ela estava
realmente certa, e se não havia nada de novo.
c. Pesquisar: além das enciclopédias
do item anterior, meu pai tinha 3 CDs-ROM que eu achava muito legais. Um era um
dicionário, em que bastava digitar a palavra para ver seu significado. Eu
ficava horas me divertindo com isso. Pesquisas bobas como o verbete “peido”
podem lhe ensinar o termo coloquial “flatulência” que é um sinônimo. Basta se
divertir!. O outro CD era um atlas e o último um guia do corpo humano. Aprendi
muito com eles!
d. Faça exercícios: eu era o campeão
de “dever-de-casa” da minha escola. Fazia todos os exercícios antes do prazo.
Uma vez levei bronca da professora por fazer o dever de Matemática da semana
toda em um dia só. Mas eu gostava, ué! Ela deveria ter me dado um dever especial,
maior ou mais desafiador.
e. Tente aplicar os conceitos na sua
vida: quando eu estava na quinta série, eu estava aprendendo porcentagem e
havia entrado na natação. Na natação, a professora sempre dava metas como “10
chegadas de nado Crawl”, “5 chegadas de nado Costas”, e assim sucessivamente.
Quando eu ia fazer os exercícios, eu ficava calculando de cabeça qual era a
porcentagem que uma chegada representava, quantos pontos percentuais eu já
havia completado, quantos faltavam e assim por diante. Nunca tive dificuldades
com esta matéria.
f. Dar uma aula para seus amigos:
como eu sempre gostei de dar aulas? Comecei assim! Eu ficava à tarde no colégio
para dar aulas a alguns amigos que haviam perdido a matéria ou que estavam com
dificuldades. É neste momento em que você aprende mais, porque tem que saber o
suficiente para entender e sanar a dúvida de outra pessoa!
Por isso, não tem muito segredo. Um
dos passos necessários é treinar, treinar, treinar e treinar!
4 - Não reclame, motive-se!
Nem tudo na minha vida como aluno
foram flores. Enfrentei algumas “pedreiras” na faculdade. E quando eu digo “pedreiras”,
não foram matérias difíceis. Por mais difícil que seja uma matéria, basta
estudar legal. Pra mim a “pedreira” eram alguns poucos professores
intransigentes. Gente do pior tipo, que se preocupa mais em humilhar o aluno do
que entender sua dúvida.
De qualquer modo, foi com um desses
professores que aprendi que reclamar (e xingar o indecente por trás mesmo) era
o pior que eu podia fazer. Quanto mais eu reclamava, e quanto mais eu xingava,
maior era o bloqueio que eu criava na minha mente, e com isso pior eu ia na
matéria. Em um dia, em que eu estava muito iluminado decidi que não ia mais
xingar o professor e nem reclamar. Só iria fazer o meu melhor e me concentrar.
Resultado: passei na matéria (raspando!) e aprendi uma grandiosa lição em minha
vida. Sobre a matéria, era “Mecânica dos Fluidos”. Me lembrem um dia e eu conto
a história em detalhes.
Lembram do processo estatístico do
cérebro? Então, reclamar muitas vezes da mesma coisa significa informar o seu
cérebro de que aquilo é tudo o que você está dizendo que é. O pior de tudo é
que quando reclamamos normalmente exageramos, então criamos um monstro em nossa
cabeça que é ainda pior do que a realidade. Por isso, respire fundo, e não
reclame!
Contudo, desabafar é aconselhável.
Desde que seja sem exageros, com calma e com uma pessoa que lhe guie no sentido
do equilíbrio. Desabafar com os pais muitas vezes piora as coisas, pois os pais
(pelo menos os meus) sempre acham que o filho está sendo injustiçado, e acabam
por piorar as coisas. Neste momento, equilíbrio é a chave.
5 - Avalie-se
Existe uma parte do aprendizado que
se chama de “metacognição”. Significa mais ou menos saber o quanto se sabe
sobre um determinado assunto. Por exemplo, se você me der uma equação do
segundo grau para resolver eu sei que tenho que utilizar a fórmula de Bhaskara,
e também sei que tenho conhecimento sobre esta fórmula, como deduzi-la e como
utilizá-la. Por isso eu sei que sei resolver, mesmo antes de resolver, ou antes
de saber qual será o resultado.
A metacognição funciona em qualquer
assunto. Por isso é muito importante que você se avalie. Desta forma, você
entenderá quais partes da matéria domina e em quais partes tem dificuldade.
Suas dúvidas passarão a ser pontuais e focadas, e a sua compreensão da matéria
como um todo aumentará muito.
Parece algo muito bobo, mas muitas
vezes me deparo com alunos que dizem que não entenderam determinado assunto,
mas não sabem explicar exatamente o porquê de não terem entendido. Saber o que
perguntar é a grande chave para entender aquilo que não se está entendendo, e
isso só pode ser atingido com o uso da metacognição, ou seja, entendendo
claramente o que se sabe e o que não se sabe.
Estas foram as minhas 5 dicas para
que você melhore o seu aprendizado. Mas espere! Ainda temos a dica extra, para
você que é determinado e chegou até aqui!
Bonus Round - E se tudo der errado?
Estudar arduamente não é garantia de
sucesso. Pode ser que um dia você repita, “tome bomba”, “leve pau”, ou “pegue
DP” de alguma disciplina. Se você levou os estudos a sério, praticou e se
dedicou, isto jamais será motivo de vergonha ou sinal de fracasso. Neste caso
você repetiu porque, por mais que tenha se esforçado, algumas dificuldades
surgiram de forma que você não absorveu os conhecimentos mínimos para receber a
aprovação. Ou ao menos não os demonstrou nas avaliações.
Todas as pessoas têm suas
dificuldades e seus problemas pessoais, e reprovar em alguma matéria por isso
só significa que você precisou de mais tempo par absorver aquele conteúdo.
Aliás, conteúdo leva tempo a ser absorvido! E este tempo varia de pessoa para
pessoa. Ao refazer a matéria, você terá com certeza uma formação sólida, que
lhe deu a aprovação somente quando de fato você mereceu, e provavelmente você
terá mais conhecimento do que os colegas neste campo, pois estudou por mais
tempo.
Vergonha é passar o período letivo
todo sem levar os estudos a sério e ser reprovado. Isso acontece muito, e se
deve à falta de maturidade de algumas pessoas.
Por isso, não se culpe por reprovar.
Mesmo porque, depois da sua formatura o que valerá não é mais a sua nota, e sim
seu conhecimento!
Muito obrigado pela atenção e pela
leitura. Espero ter sido útil pra você neste texto.
Um abraço e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Lembre-se: nada substitui o bom senso. Faça seu comentário!