segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

5 Dicas para Você Aprender Melhor

Boa tarde, pessoal!

Neste post resolvi trazer uma boa parte da minha experiência como aluno para ajudar você a entender melhor as matérias da faculdade, da escola ou de qualquer ambiente em que você esteja absorvendo algum conhecimento.

Nem sempre absorver conhecimento é algo fácil. Muitas vezes parece que não estamos entendendo nada, ou damos a famosa “travada”. Por isso, eu trago aqui algumas dicas que com certeza irão lhe ajudar a deslanchar nos estudos.

1 – Atenção



Nos momentos de aula ou explicação, é sempre muito importante que você dedique 100% da sua atenção ao que o professor ou palestrante está explicando. E isso é sempre muito difícil, pois frequentemente temos que encarar entidades como:

a. Uma temperatura desagradável em sala de aula;
b. Um ventilador que faz muito barulho;
c. Um colega engraçadinho que fica fazendo piadinhas;
d. Uma amiga fofoqueira que quer colocar os assuntos em dia em plena aula;
e. O “ZapZap” apitando mais do que juiz argentino em jogo do Brasil (perdón, hermanos!);
f. Ou até mesmo aquele coitado que pegou um hot dog estragado na cantina e soltou aquele “punzinho” inocente que acabou se tornando uma catástrofe

OBS: Já presenciei todas estas cenas como aluno e como professor!!!

É um exercício de paciência e treinamento. Porém, conforme você desenvolve esta habilidade, você aumenta em muito a absorção das informações que o professor apresentou, mesmo aquelas que você não havia entendido. Nosso cérebro fica processando as informações armazenadas subconscientemente até que você atinja a compreensão. Por isso, quanto mais você guardar, melhor.

Além de tudo, há estudos (cuja fonte desconheço, sorry!) que dizem que uma hora de atenção em aula equivale a quatro horas de estudo em casa. Apesar de não me lembrar da fonte, para mim isso faz total sentido. Então, se você dispõe de pouco tempo para estudar fora de aula, fica a dica!

2 - Descontração e descansos estratégicos



Por mais que você seja o maior CDF (expressão antiquíssima designando aquele que estuda por horas, ou simplesmente “ânus (substituir por termo chulo monossilábico) de ferro”) ou “Nerd” da sua turma, ainda assim a sua capacidade de dedicar total atenção a um assunto limita-se entre 20 e 50 minutos. Seja para assistir uma aula, ler um texto, estudar em casa ou conversar com alguém.

Por isso, é muito importante que, sempre que você sentir que a sua capacidade de atenção está comprometida, ou seja, que você está começando a se perder, chegou a hora da pausa estratégica. Durante a aula, o professor percebe isso na turma, por isso de tempos em tempos alguns professores fazem atividades, dinâmicas, pausas ou até mesmo contam histórias engraçadas.

Uma paradinha para tomar uma água ou fazer um xixi é sempre válida, em aula ou quando estudando em casa. A minha regra pessoal é que os períodos de concentração não podem durar mais do que uma hora, e as pausas não podem durar mais do que 10 minutos (exceto para almoço ou café da tarde, em que eu paro por uma hora ou 30 minutos, respectivamente). Você pode adequar esta regra às suas necessidades, mas lembre-se de que as pausas devem ser curtas, para que você não se afaste demais do foco. Fazendo isso você criará o próprio ritmo de estudo e proporcionará ao seu cérebro diversos momentos (de 20 a 50 minutos) de concentração máxima.

Um detalhe importante é o de que conforme você vai se cansando, os períodos de concentração vão se encurtando naturalmente. Quer um exemplo simples? Programe-se para assistir um filme em um canal de TV qualquer, pode ser a cabo ou aberto. Normalmente o filme é dividido em 5 partes. Quando você for assistir, pegue um caderno e anote os horários de início e fim de cada parte. Você verá que a primeira parte é sempre a maior, com aproximadamente 30 minutos. Depois disso as partes vão se encurtando para 15 ou 20 minutos e apenas a última parte aumenta, mas nem sempre. Você imagina o motivo?

3 – Dedicação, repetição e disciplina



Felizmente ou infelizmente, nosso cérebro possui um processo de aprendizado estatístico. Isso significa que somos capazes de aprender determinadas coisas ao receber inúmeros estímulos que possuam similaridade entre si. Nosso cérebro compara estes estímulos e aprende conforme percebe as semelhanças.

Este processo pode parecer falho, mas nos dá a incrível habilidade de aprender qualquer coisa (como uma língua, por exemplo) sem que tenhamos nenhum conhecimento anterior. Contudo, como tudo na estatística, o N (número de amostras) deve ser grande o suficiente. Ou seja: você terá que repetir a mesma informação para o seu cérebro uma grande quantidade de vezes.

Este processo muitas vezes requer paciência, dedicação e disciplina. Dependendo de como se leva as atividades, o processo pode parecer moroso (chato, entediante), mas é neste ponto (se você me acompanhou até aqui) que vem a dica mais importante: varie suas fontes!

O seu professor pode ser muito legal e até muito bom. Mas só a aula dele não vai lhe trazer estímulos suficientes para entender qualquer assunto que seja. Por isso, é muito importante que você procure absorver o mesmo conhecimento de outras formas. Exemplos:

a. Procure aulas de outras pessoas na internet (YouTube e afins);
b. Leia livros ou relatórios sobre o assunto;
c. Pesquise;
d. Faça exercícios;
e. Tente aplicar os conceitos da aula na sua vida;
f. Tente dar uma aula sobre o mesmo assunto para seus amigos.

Tirando o item “a” desta lista, ao qual eu não tinha acesso enquanto estudante, todos os outros itens eu fiz. Trago aqui alguns exemplos:

b. Ler livros ou relatórios sobre os assuntos: meu pai tinha várias enciclopédias em casa. Eu simplesmente procurava o que a professora havia ensinado nas enciclopédias para ver se ela estava realmente certa, e se não havia nada de novo.

c. Pesquisar: além das enciclopédias do item anterior, meu pai tinha 3 CDs-ROM que eu achava muito legais. Um era um dicionário, em que bastava digitar a palavra para ver seu significado. Eu ficava horas me divertindo com isso. Pesquisas bobas como o verbete “peido” podem lhe ensinar o termo coloquial “flatulência” que é um sinônimo. Basta se divertir!. O outro CD era um atlas e o último um guia do corpo humano. Aprendi muito com eles!

d. Faça exercícios: eu era o campeão de “dever-de-casa” da minha escola. Fazia todos os exercícios antes do prazo. Uma vez levei bronca da professora por fazer o dever de Matemática da semana toda em um dia só. Mas eu gostava, ué! Ela deveria ter me dado um dever especial, maior ou mais desafiador.

e. Tente aplicar os conceitos na sua vida: quando eu estava na quinta série, eu estava aprendendo porcentagem e havia entrado na natação. Na natação, a professora sempre dava metas como “10 chegadas de nado Crawl”, “5 chegadas de nado Costas”, e assim sucessivamente. Quando eu ia fazer os exercícios, eu ficava calculando de cabeça qual era a porcentagem que uma chegada representava, quantos pontos percentuais eu já havia completado, quantos faltavam e assim por diante. Nunca tive dificuldades com esta matéria.

f. Dar uma aula para seus amigos: como eu sempre gostei de dar aulas? Comecei assim! Eu ficava à tarde no colégio para dar aulas a alguns amigos que haviam perdido a matéria ou que estavam com dificuldades. É neste momento em que você aprende mais, porque tem que saber o suficiente para entender e sanar a dúvida de outra pessoa!

Por isso, não tem muito segredo. Um dos passos necessários é treinar, treinar, treinar e treinar!

4 - Não reclame, motive-se!




Nem tudo na minha vida como aluno foram flores. Enfrentei algumas “pedreiras” na faculdade. E quando eu digo “pedreiras”, não foram matérias difíceis. Por mais difícil que seja uma matéria, basta estudar legal. Pra mim a “pedreira” eram alguns poucos professores intransigentes. Gente do pior tipo, que se preocupa mais em humilhar o aluno do que entender sua dúvida.

De qualquer modo, foi com um desses professores que aprendi que reclamar (e xingar o indecente por trás mesmo) era o pior que eu podia fazer. Quanto mais eu reclamava, e quanto mais eu xingava, maior era o bloqueio que eu criava na minha mente, e com isso pior eu ia na matéria. Em um dia, em que eu estava muito iluminado decidi que não ia mais xingar o professor e nem reclamar. Só iria fazer o meu melhor e me concentrar. Resultado: passei na matéria (raspando!) e aprendi uma grandiosa lição em minha vida. Sobre a matéria, era “Mecânica dos Fluidos”. Me lembrem um dia e eu conto a história em detalhes.

Lembram do processo estatístico do cérebro? Então, reclamar muitas vezes da mesma coisa significa informar o seu cérebro de que aquilo é tudo o que você está dizendo que é. O pior de tudo é que quando reclamamos normalmente exageramos, então criamos um monstro em nossa cabeça que é ainda pior do que a realidade. Por isso, respire fundo, e não reclame!

Contudo, desabafar é aconselhável. Desde que seja sem exageros, com calma e com uma pessoa que lhe guie no sentido do equilíbrio. Desabafar com os pais muitas vezes piora as coisas, pois os pais (pelo menos os meus) sempre acham que o filho está sendo injustiçado, e acabam por piorar as coisas. Neste momento, equilíbrio é a chave.
  
5 - Avalie-se



Existe uma parte do aprendizado que se chama de “metacognição”. Significa mais ou menos saber o quanto se sabe sobre um determinado assunto. Por exemplo, se você me der uma equação do segundo grau para resolver eu sei que tenho que utilizar a fórmula de Bhaskara, e também sei que tenho conhecimento sobre esta fórmula, como deduzi-la e como utilizá-la. Por isso eu sei que sei resolver, mesmo antes de resolver, ou antes de saber qual será o resultado.

A metacognição funciona em qualquer assunto. Por isso é muito importante que você se avalie. Desta forma, você entenderá quais partes da matéria domina e em quais partes tem dificuldade. Suas dúvidas passarão a ser pontuais e focadas, e a sua compreensão da matéria como um todo aumentará muito.

Parece algo muito bobo, mas muitas vezes me deparo com alunos que dizem que não entenderam determinado assunto, mas não sabem explicar exatamente o porquê de não terem entendido. Saber o que perguntar é a grande chave para entender aquilo que não se está entendendo, e isso só pode ser atingido com o uso da metacognição, ou seja, entendendo claramente o que se sabe e o que não se sabe.

Estas foram as minhas 5 dicas para que você melhore o seu aprendizado. Mas espere! Ainda temos a dica extra, para você que é determinado e chegou até aqui!

Bonus Round - E se tudo der errado?



Estudar arduamente não é garantia de sucesso. Pode ser que um dia você repita, “tome bomba”, “leve pau”, ou “pegue DP” de alguma disciplina. Se você levou os estudos a sério, praticou e se dedicou, isto jamais será motivo de vergonha ou sinal de fracasso. Neste caso você repetiu porque, por mais que tenha se esforçado, algumas dificuldades surgiram de forma que você não absorveu os conhecimentos mínimos para receber a aprovação. Ou ao menos não os demonstrou nas avaliações.

Todas as pessoas têm suas dificuldades e seus problemas pessoais, e reprovar em alguma matéria por isso só significa que você precisou de mais tempo par absorver aquele conteúdo. Aliás, conteúdo leva tempo a ser absorvido! E este tempo varia de pessoa para pessoa. Ao refazer a matéria, você terá com certeza uma formação sólida, que lhe deu a aprovação somente quando de fato você mereceu, e provavelmente você terá mais conhecimento do que os colegas neste campo, pois estudou por mais tempo.

Vergonha é passar o período letivo todo sem levar os estudos a sério e ser reprovado. Isso acontece muito, e se deve à falta de maturidade de algumas pessoas.

Por isso, não se culpe por reprovar. Mesmo porque, depois da sua formatura o que valerá não é mais a sua nota, e sim seu conhecimento!


Muito obrigado pela atenção e pela leitura. Espero ter sido útil pra você neste texto.

Um abraço e até a próxima!

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